Foto: Divulgação/Sema
Um projeto científico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), desenvolvido no Parque Estadual do Turvo, localizado em Derrubadas, município do noroeste do Rio Grande do Sul, foi aprovado pela Fundação O Boticário de Proteção à Natureza. A proposta receberá o valor R$ 98 mil para investir no local, que é a primeira unidade de conservação do Estado, maior fragmento conservado de área nativa dentro do Rio Grande do Sul, no qual há a ocorrência da onça pintada.
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Com o título de "Onde a onça bebe água? Uma história para contar sobre o Parque Estadual do Turvo", a iniciativa é da professora doutora do Curso de Gestão Ambiental do Colégio Politécnico da UFSM, Suzane Marcuzzo, que destaca a importência do parque.
- Escrevi o projeto para demonstrar a importância do parque, uma vez que ele dá suporte à ocorrência da onça pintada. A ideia é interpretar o meio ambiente já que há uma demanda importante na região e no entorno, com grande possibilidade de fomentar o turismo ecológico - explica Suzane.
O local foi escolhido para o projeto pois a professora conheceu a realidade do parque ao trabalhar na Secretaria Estadual de Meio Ambiente.
- Antes de entrar na UFSM, eu era da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, conhecia a área e elaborei parte do plano de manejo do local. Agora que estou trabalhando na área de unidade de conservação, tão logo recebi o edital, encaminhei o projeto, e ele está bem perto de ser aprovado - disse.
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De acordo com Suzane Marcuzzo, o parque não é tão conhecido quanto o Salto do Yucumã, mas ambos fazem parte da mesma unidade de conservação. O projeto também conta com o apoio da Associação Amigos do Interior de Tenente Portela. A professora adota cautela, pois o contrato com a Fundação O Boticário de Proteção à Natureza ainda não foi assinado, apenas selecionado, mas os trâmites estão em andamento, e a oficialização com a assinatura acontecerá em breve.
Solange Dias, bióloga e gestora do Parque Estadual do Turvo, destacou a importância da verba que contemplará investimentos na área.
- Os recursos repassados pela Fundação O Boticário poderão sensibilizar a comunidade como um todo, propiciando ampliação de vários espaços no parque, equipamentos didáticos voltados ao público de crianças e adolescentes, que terá espaços para poder trabalhar a questão da interpretação da natureza - afirmou Solange.
Com duração prevista de um ano, a ação consiste na modernização do espaço de educação ambiental no centro de visitantes do parque. Também serão investidos recursos na produção de material de suporte com informações sobre o parque e na capacitação de guias e moradores do entorno para estimular o turismo de observação da natureza.
Foto: Ascom Sema
Recursos vão possibilitar continuidade das pesquisas
O registro da presença de onça pintada no Parque do Turvo contribuiu para que o projeto da UFSM fosse selecionado. Felino de grande porte, a onça pintada é o maior carnívoro da América do Sul. Recentemente, um exemplar da espécie voltou a ser registrado no Parque do Turvo. Segundo relatos da equipe, a onça pesava 100kg e media 2,5 metros de comprimento. O animal é raro de ser visto por aqui, pois está classificado como criticamente em perigo na lista de espécies ameaçadas de extinção no RS. Estudos científicos da equipe do parque identificaram que apenas quatro onças frequentam ou frequentaram o Turvo entre 2004 e 2017. Solange Dias, bióloga gestora do Parque do Turvo, fala sobre a incidência de onças pintadas na região.
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- O Parque do Turvo fica na fronteira do Brasil com a Argentina, e o que divide os países é o Rio Uruguai. As onças são mamíferos que nadam muito bem e sobem em árvores. Essa população de onças que frequenta o parque faz parte de uma população de animais que vem do lado argentino onde há uma cobertura florestal um pouco maior que a nossa - explica Solange.
Por meio do projeto, com câmeras instaladas em locais estratégicos, foi possível captar imagens da onça.